A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Eu e a felicidade

Flagra!

Me peguei abandonando a solidão e dançando de calcinha em frente ao espelho, enquanto fazia uma escova de microfone, como antigamente.
Algum tempo depois, me peguei cantando músicas de karaokê enquanto cozinhava. Sim, eu cozinhei! Gostaria de dizer que resolvi inventar algum prato que ficou surpreendentemente maravilhoso, mas, infelizmente, alegria não faz milagre, então fiz a minha clássica especialidade: Omelete! E olha, arrisco dizer que essa estava mais gostosa que o normal (e isso é difícil, modéstia à parte).
Mais tarde, percebi que meus cães já estavam de saco cheio de tanto que eu os abraçava, beijava e dialogava com uma voz infantil e boba com os mesmo. Mas isso é normal.

Desde que me flagrei nesse estado tão maravilhosamente inusitado, não consegui parar de sorrir.
Por um instante, achei estranho.
Ora bolas, qual o motivo de tal felicidade? Como resgatei-a tão repentinamente? Como a reconquistei no estado de inércia que me encontrava?

Descoberta!

Não o fiz.
Não resgatei ou reconquistei felicidade alguma.
Não foi preciso resgatar, ela veio.
E não reconquistei, apenas conquistei, pois essa alegria era evidente e maravilhosamente nova e bela!
Estranho mesmo era ter certeza de uma tristeza incerta e sem motivo.

Uma alegria jovial, que se tivesse forma seria a de uma uma menina correndo com o vestido e os cabelos ao vento, ou quem sabe, um menino satisfatoriamente sujo e cansado após uma partida de futebol com os amiguinhos.
Uma alegria que nasceu, fruto de uma revigorante descoberta numa jovem moça, numa nova mulher.
Uma alegria que não há de envelhecer comigo, mas sim amadurecer, mas sem perder o prazer pela brincadeira e pelo grande jogo que é a vida.

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