A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sobre a falta e o excesso de sono e o tipo de pensamento que tenho nessas horas

Todo dia eu me prometo que dormirei cedo à noite.
Toda noite eu me prometo acordar cedo noutro dia.

A madruga chega e sigo insone. Dentre as distrações, estão alguns filmes, séries e versos bobos com teu nome.
A manhã chega e sigo adormecida, na cama alguns lençóis, uma meia no pé e a outra perdida.

Na escuridão, memórias recentes transcendem como sonho, e as mais antigas vêm nítidas: que saudade.
Na alvorada, a cabeça vai voando no inconsciente, mas o relógio teima em rodar, e hora ou outra tenho de despertar: que maldade! 

Dia após noite, o desejo por um descanso toma conta do meu ser, me fazendo perambular de olhos semi-serrados até o meio dia.
Noite após dia, anseio de uma só vez tudo o que poderia me acontecer, e vivo realidades impossíveis com meus cadernos e personagens.

Todo dia tentam me convencer que devia acordar mais cedo. Viver mais o dia, ver as pessoas, o sol...
Até que gosto da ideia.
Mas toda noite me parece que nasci para a escuridão, e que projetar pode ser melhor que viver o que os outros projetam...

Rio da minha maluquice.
Mas tinha mesmo que ter nascido meia noite e vinte.