Me dói a tua fraqueza
E também o teu desespero
Mas será que é incerteza
Ou é medo do espelho?
Dizes que andas bem
E andas sorrindo por aí
Mas, meu amor,
Esqueceu-se que não sabes mentir?
Persistes em encarnar o teu papel
Falas muito
Diz pouco
É pouco juiz e todo réu.
Não se culpa pelo rumo que tomou a sua vida
Segue como se tudo fosse normal
Mas por trás da coberta ferida
Sabes que há um mal.
Adora-o e conserva-o
Como se a própria vida fosse
Então será que tua bondade,
Tão escondida, mudou-se?
Não se sabe de nada
Nem de forma nem de conteúdo
Contudo, ainda que na miséria pessoal,
Mantêm-se com tudo.
Ora, meu filho, não sabes a boa nova?
É hora de tudo largar
Aconchegue-se em meu caminho,
Mas tira o sapato antes de entrar.