A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Precaução

Me dói a tua fraqueza
E também o teu desespero
Mas será que é incerteza
Ou é medo do espelho?

Dizes que andas bem
E andas sorrindo por aí
Mas, meu amor,
Esqueceu-se que não sabes mentir?

Persistes em encarnar o teu papel
Falas muito
Diz pouco
É pouco juiz e todo réu.

Não se culpa pelo rumo que tomou a sua vida
Segue como se tudo fosse normal
Mas por trás da coberta ferida
Sabes que há um mal.

Adora-o e conserva-o
Como se a própria vida fosse
Então será que tua bondade,
Tão escondida, mudou-se?

Não se sabe de nada
Nem de forma nem de conteúdo
Contudo, ainda que na miséria pessoal,
Mantêm-se com tudo.

Ora, meu filho, não sabes a boa nova?
É hora de tudo largar
Aconchegue-se em meu caminho,
Mas tira o sapato antes de entrar.