A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

É inegável: eu não a esqueço.
Sonho com ela às vezes e constantemente chamo por seu nome.
Sinto seu cheiro antes de dormir, mas já não o reconheço nela quando passa rapidamente. 
Todo dia lamento sua mudança e minha falta de evolução. Fossemos sempre iguais, ainda estaríamos juntos, e que se danem as brigas.
Nas ruas, nos bares e botequins, menosprezo todos os sorrisos. Jamais se igualarão ao dela, pois se bastam com os lábios. E os olhos, cadê?
Juro a cada pensamento amoroso que este será o último, e que então a quererei ver feliz e completando a vida de outrem.
Invejo a cada batimento cardíaco os que a cercam e os que ainda poderiam cercá-la, e incompreendo cada dia mais os que não o fazem.

Morro um pouco a cada devaneio da sonhada realidade que jamais retornará. Ressuscito quando penso que assim é melhor pra minha menina.

Mas o coração quase para quando percebo que errei.
Já não posso chamá-la de "minha".
Perdi.

E já posso chamá-la de "menina".
Perdeu-se.