A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 20 de março de 2011

Parei para analisar como tudo estava bom de um tempo pra cá. Estava tudo realmente muito diferente, coisas inesperadas vieram na hora certa. E de repende do riso fez-se pranto. Se tudo mudou repentinamente, o que impedia de mudar de novo e para pior? Saber que as coisas mudam de uma hora pra outra, na fase boa em que me encontro, me deixa apavorada. As lágrimas desciam sem o piscar dos olhos, sem a face sem enrugar, parecia até que elas precisavam cair, por mais que eu tentasse ser forte e não mudar minha expressão facial. Um olhar vazio, sem rumo, a única coisa que se poderia tirar dali era um poço de solidão. O coração batia tão forte que parecia não bater. Uma dor insuportável tal qual um beliscão atormentava-o e fazia aquele líquido salgado que insistia sair dos olhos inundar toda a papelada. A cabeça rodava. Flashes de momentos e pessoas que pensei que não teriam sido importantes passavam por minha mente na velocidade da luz. Fechei os olhos. Fiquei por um bom tempo na companhia do breu. Não dormi, não descansei, não deitei, não fiz nada. Fiquei ali aonde estava, focando-me só na escuridão. E então, após muito tempo, abri os olhos. Não mudou muita coisa, tudo continuou escuro. A única coisa clara para mim era a incerteza. 'Se' era a palavra que iniciava toda frase que vinha a minha cabeça. E não me restara nada senão a insegurança, a solidão daquela noite, as lágrimas e o medo. Ah, e minhas orações.