A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 4 de março de 2012

Eu sempre pensei que existia muita coisa entre o sim e o não, entre o certo e o errado. Ledo engano...
Esse é mais um texto sobre sentimentos. Aliás, pode ser um texto sobre a falta deles. Na verdade, não sei se é um texto sobre sentimentos ou sobre sentidos.
Sempre ouvi dizer que o amor é essencial, que todos o tem dentro de si, por mais escondido que esteja. E ouvi também que o amor se sente com os cinco sentidos: olfato, paladar, audição, visão e tato. O que mais me intriga é o tato. É por conta dele que eu desconfio que o amor acabou.
No início, começava com um beijo no pescoço, daqueles bem próximos, que dá pra sentir o cheiro do perfume e até pra reconhecer o shampoo que ele usava em seus cabelos lisos que estavam sempre bagunçados. Depois vinha uma lambida na qual se sentia um gosto um pouco salgado, por conta do suor misturado ao perfume. As palavras sussurradas ao meu ouvido eu guardo pra mim, se me permitem. Eu olhava em volta, via aquele quarto sempre bagunçado, sorria, e então me voltava para seus olhos. E então, com seu toque, o mundo fazia sentido. Aliás, não fazia e nem precisava.

Hoje em dia, a única parte diferente é a do tato. Eu faço tudo, o toque é o mesmo, mas eu não sinto. Daí comecei a confundir sentimentos com sentidos.




É tudo uma coisa só.