A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Foi por um tempo tão feliz, que hoje, em sua tristeza, duvida da felicidade alheia.
Não de toda, claro.
Só daquelas declaradas aos quatro cantos, com risadas ensurdecedoramente longas e sorrisos largos dolorosos à mandíbula.
Duvida também da felicidade discreta: a que não é anunciada, mas faz questão de deixar claro que ali não há tristeza. (Que medo é esse de um pouco de melancolia?)
Duvida da felicidade dos que muito têm, e mais ainda da dos que não têm nada.
Duvida da felicidade em companhia, mas duvida também da felicidade abandonada.
Duvida da felicidade dos desencontrados , mas não consegue acreditar num riso sequer de quem diz amar.

É tudo cena. 

Ah, as pessoas e suas pseudo-felicidades patéticas, sendo apenas e exatamente o que deviam ser.

E ela lá.
De costas pro mundo.


Sendo apenas e exatamente nada.