A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ao entrar por essa porta, sempre me pergunto "Pra que uma cama tão grande?". Você diz que nos dá mais liberdade, mais conforto... Faz sentido, mas discordo. Eu gosto da proximidade, da intimidade, do teu cabelo enrolado no meu peito e meu braço esquerdo envolvendo teus ombros. Não gosto quando dá os costas pra mim quando pega no sono.
Eu gosto do calor!

E é por isso que não entendo porque insiste em ligar o ar-condicionado mesmo nas noites frias. Eu gosto de te ver suar, de ver a raiz do teu cabelo um pouco mais escura por conta do suor, de ter que tirar os fios que insistem em grudar em suas largas e lisas costas e do seu sorriso ao passar a mão no rosto antes de me beijar.

Mas percebo que a cama ficou maior, o quarto cada vez mais gelado e você também. Pra que essa distância? Pra quê? Vem pro meu lado, não se vire. Se fizer frio, eu te aqueço. E se fizer calor, assumo a culpa. Não tem com o que se preocupar.

O que foi? Você não sente mais falta de nós? Você já não nos quer mais? Como ousa dizer um absurdo desses? Tem coisa que não se diz nem brincando, sabia?
Como assim sabia? O que você quer dizer? Para com isso, por favor... Se você tivesse ideia de como minha cabeça pesa dia após dia por conta dessa repentina frieza, você teria piedade de mim.
Não, não quero que tenhas pena e nem quero teus favores. Só não aceito esse desamor.


Tudo bem, eu te entendo... Então pelo menos me dê uns travesseiros e um edredom.


Só assim pra sinusite ser esquecida.