A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A despedida

Vai, pequena, não faz assim. Vejo-te desse jeito e não consigo nem esboçar um falso sorriso no canto da boca. Muito pelo contrário... As lágrimas caem sem que os olhos se fechem. Por que você faz isso comigo?

E para de me olhar desse jeito!
Por Deus, para, pequena!
Sinto muito, ma terei de faze-la parar.
Você me perdoa?

Me responde, por favor. Eu já não tenho forças para continuar aqui. A cada lágrima que se vai, vai também grande parte de mim.
Responde, anda... Em qualquer outra situação, você estaria sorrindo, ou chorando, ou falando pelos cotovelos, ou os três, como no dia que tive que operar hérnia às pressas, lembra?

Tudo bem, não vai responder, já entendi... Com o tempo eu vou aceitando...
Mas suplico-te para que me desculpe por agora.



E jogou a última rosa cor-de-rosa, a favorita da pequena, enquanto sinalizava que podiam começar a jogar a terra.


- Adeus.