A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Veio o primeiro teste. E o segundo, e o terceiro, e assim, assim foi.
Foi tanto que estacionou. Cobraram-me um preço abusivo por aquela vaga. Paguei.
Precisei dar marcha à ré para conseguir sair. Saí.
E eles voltaram. Nunca imaginei isso, mas eu não os queria.
Direção, cenografia, figurino, maquiagem... Eu não aguentava mais uma linha sequer do roteiro de minha vida.
Cena final. Ação.
Acelerei. Fechei os olhos. Barulho de forte colisão e explosão de vidros. Grito agudo e abafado. Vinheta instrumental ao fundo e um corpo no chão vestindo roupas rasgadas que mais pareciam farrapos. A luz diminui aos poucos.
Descem os créditos finais.
Aplausos e lágrimas emocionadas.


Amém.