A culpada

Minha foto
Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Gabriela

Almas gêmeas existem.
Há quem ache que não e que isso é uma grande bobagem. Há quem concorde duvidando. Há até quem ache o pensamento mesquinho.
Mas eu afirmo: Almas gêmeas existem.

E eu não sei como viveria a minha vida sem a minha. Às vezes penso em largar tudo: estudos, família, amigos, amores e o tal do futuro promissor, e viajar por aí, me virando como dá e conhecendo coisas e gentes. Mas em momento algum eu me vejo sem ela.

Temos nossos problemas, discordamos de muitas coisas, temos sonhos muito distintos, mas se qualquer plano não incluir a outra, mudamos os planos sem muito pensar.
Estar com ela é o que faz o plano ser perfeito.
Não digo pelas loucuras noturnas que se tornam diurnas. Digo pelos dias em que a vida nos dá porradas tão fortes que o coração nem sabe direito se volta abrir e só se abre pra ela, porque pra ela, ele nunca se fechou. É pelas noites em que pedimos conselhos e ouvimos o que gostaríamos que nos dissessem, não o que fariam por impulso. É o cuidado na hora de falar, que pode se chamar de "falar com amor". É também o cuidado ao ouvir, sabendo filtrar as palavras e tendo a plena consciência que tudo é por amor, até a coisa mais dura. É pelo choro que quase se faz evidente quando nos vemos felizes. Os olhos brilham de maneira diferente e sabemos reconhecer. É engolir o tal choro emotivo e deixar que os olhos brilhem também, simplesmente porque o amor faz isso.
Não é uma escolha.

É deixar de lado a crítica ao jeito egoísta quando a outra quer apenas um pouco de atenção e de mimo. E mimar.
O sorriso ao final do dia recompensa.

É nunca ter que agradecer, e ser eternamente grata. É não se sentir em dívida, por ter certeza de que é tudo sincero, mas ao mesmo tempo auto questionar-se sem querer: Será que o amor que eu dou é tão bom quando o amor que eu recebo?
E achar que é... Até ouvir um "eu te amo" quando você mais precisa, seja ao final de uma briga, ao final de um abraço longo, ao final de uma triste ligação ou entre risos de uma felicidade jovem e intensa, eternamente compartilhada - eternamente com o passar dos tempos, ou eternamente pela intensidade tão eterno-momentânea.

Como planejar experiências novas e realmente almejadas com outra pessoa?
Tenho outros amigos, outros amores, outros amantes, mas não me peça nunca para ser a metade de alguém que não seja você.
Se um dia eu te perder, ficarei vazia de você. E o mundo, consequentemente, vazio de ambas. Pois espero ter momentos melhores do que já tivemos, mas espero vivê-los com você, porque, por mais clichê que isso seja, se não forem, já não podem ser melhores.

Digo tudo isso porque me peguei pensando no futuro e senti medo.
Medo de te perder. Medo de me perder. Medo que nos percamos.
Mas agora, escrevo isso rindo, mesmo que entre muitas lágrimas...
Como nos perderíamos? Não acredito que a vida possa ser tão injusta.

Podemos, sim, tomar outros rumos e nos desencontrar... Mas imagina o reencontro!
Eu te reconheceria a milhas e milhas, só pelo teu cheiro, pelo teu jeito e pelo coração, que certamente bateria mais forte ao te ver!

É estranho sentir tanto amor assim por alguém. Aliás, é estranho sentir tanto amor assim por tanto tempo... Ainda mais pra mim. Você sabe, mais que ninguém, como eu sou...
Mas é isso. Nunca precisou ser normal. Nunca precisou fazer sentido. Nunca precisou ser igual a nada.
É o nosso amor. É a nossa amizade. É a nossa cumplicidade.
Nossas famílias se tornaram uma só.
E nós nos tornamos a família uma da outra.

E é só isso.
Tudo isso.