A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

- Ah, amiga, você está bem?
Fez com a cabeça que sim.
- Não tá nada, o que houve?
- To bem, sim, Marcela.
- Você tá chorando? Meu Deus, você tá chorando... Me explica, por que você tá chorando?
- Não to chorando.
- Então um cisco caiu no seu olho, né?
- Aham.
- Pensa que me engana, né? Anda, fala logo. É pelo Gustavo, não é?
- Não... - Começou a chorar ainda mais.
- Ai, Senhor, é sim. O que esse imbecil te fez?
- Terminamos.
- Por que?
- Longa história, te conto depois.
- Poxa, amiga... De qualquer forma, não fica triste, foi melhor assim, não foi?
- Não sei.
- Como não sabe? Com tanta briga, tanto problema, era melhor terminar logo, não?
- Não tenho certeza. Eu gosto dele, você sabe.
- Sei, sim. Só não sei o que viu nele. Alias, o que você viu nele, hein?
- Também não sei.
- E tá ai chorando... Complicada você, hein?
- É.
- Olha, quer sair pra relaxar?
- Não.
- Pra beber?
- Não.
- Pra comer besteira?
- Não.
- To tentando ajudar e é assim que me responde? Poxa, esperava mais de você, hein?
- Marcela, faz o seguinte: Para!
- Com o que?
- Com isso.
- Isso o que?
- Isso.
- Isso o que? Tá maluca?
- Isso. Já não me basta o que tive que aturar por 14 meses, até ontem.
- E se eu disser que não faço ideia do que você tá falando?
- To começando a achar que isso é um vicio.
- Não to te entendendo... Tem como explicar, por favor?
- Chega de perguntas. Cheguei ao ponto de não querer mais ter resposta. Satisfeita?