A culpada

Minha foto
Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ao beija-flor que certo dia invadiu minha casa

Ei, passarinho, que é que fazes aqui?
Pode ir-te embora
Já não é nada sobre ti
E se não é sobre, tambem não é a
Então vai, segue a vida a voar!

Ei, passarinho, por que ainda não foi?
Já não deixo-te água e nem alimento
Nem sustento-te com meu alento
Pelo contrário:
Mais do que livre, deixo-te fadado ao frio do vento.

Ei, passarinho, o que tanto buscas?
Fechei bem os armários
As gavetas 
E os olhos
Para não lembrar-te nem ao ver fuscas.

Vai, passarinho! 
O que tanto fazes aí?
Sente-se mal pelo destino
Ou é saudade de existir?

Ó, pequeno pássaro, 
não te aprisiones mais
Bate firme as tuas asas
E colore a vida como tais!