A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sábado, 19 de janeiro de 2013

O que eu odeio

Eu adoro te ver de cima. Quer dizer, adoro te ver do ponto de vista de cima. Sei lá, eu simplesmente gosto.
Seus cílios ficam mais grossos e curvados, seu nariz parece mais fino e quando olha pra mim, seus olhos parecem duas enormes jabuticabas.
Eu adoro jabuticabas.

Eu adoro te ver de baixo. Seus lábios parecem menores e um pouco mais grossos, suas narinas mais fechadas, seu queixo menor e mais redondinho e seus cílios ficam mais longos, parecem um pincel.
Eu adoro pintar.

Eu adoro te ver de costas. Gosto de ver seus cabelos balançando enquanto você anda e gosto de acompanhar o crescimento deles (aliás, está na hora de dar uma aparada), gosto de ver suas lindas pernas em movimento, seu bumbum redondo, seus braços balançando e seu quadril mexendo enquanto você anda  como quem não liga pra nada.
Eu adoro o desleixe.

Eu detesto te ver de frente. Seus cílios são um pouco separados e curvados até demais, seu nariz é um pouco grande, seus olhos são redondos demais, seus lábios são finos e longos, sei lá, e seu queixo é um pouco grande.
Mas aí eu lembro do quanto eu adoro jabuticabas, pintura e até o teu desleixe. E então o teu desleixe se torna meu, e nada mais importa.


É tudo questão de relação. Da relação.