A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Fazendo planos para o futuro, reparei mais uma peculiaridade minha.

Pensei, refleti e anotei um monte de coisas. Enquanto fazia isto, algumas poucas lágrimas automáticas caíram e me deu uma sutil dor na garganta por não permitir que caíssem mais. Logo depois, quando estava quase no final do processo, caí na risada.

Lembrei da última vez em que fiz planos e analisei a forma como tudo ocorreu. Esse último planejamento ocorreu há cerca de um ano. Pois bem, vejamos o que aconteceu:

MUDANÇA.
Esta foi a palavra determinante nos meu palnos. Hoje vejo que "evolução" cairia melhor.
Mudei muito.
Mudei de ideias, de ideais, de conceitos, de opinião e aprendi a assumir que nudei.
Mudei de hábitos diversas vezes e de gostos mais ainda.
Mudei de amor uma porção de vezes e mudei a forma de amar.
Mudei meus vícios, prioridades e paixões.
Mudei minha forma de vestir, minhas gesticulações, minha forma de falar e também de escrever.
Mudei meus ídolos, minhas músicas, livros e filmes favoritos.
Mudei o pensamento radical.
Mudei.

E hoje, do jeito que estou, na mudança que sou, gostaria apenas de ser o que era e ter o que tinha há um ano.

Por isso ri. Planos não deviam ser para evolução? Desejo regredir ou regredi no insucesso dos planos anteriores?
É, a roda da fortuna sempre gira... Um dia estamos bem e no outro, planejando com lágrimas...

Mas, se isso for mesmo verdade, devo me animar com o próximo giro, certo?

Começarei desde já!

Ontem, eu gostaria apenas de ter usado outro sapato, de ter bebido menos e de ter você ao meu lado.

Por hoje, almejo apenas ver o sol, as pessoas caminhando, sorrindo, chorando, vivendo. Almejo caminhar, sorrir, chorar e viver com todas elas. Conhecer o mundo, andar livre por aí, sossegada, sem pensamentos secundários tão perturbadores que sobressaem os primários. 
Almejo cuidar e resolver meus problemas.
Só os meus.
Só por hoje.
Egoísmo, por um dia, passa a ser amor próprio.
Pretendo lançar-te fora dos meus pensamentos, mesmo os piedosos, da mesma forma que lancei-te fora da área emocional.
Almejo voltar a sonhar constante e profundamente com as coisas que só eu posso fazer por mim. Você que faça o mesmo por ti.
Vou seguir os meus conselhos, instintos e vontades, e isso, eu espero que pares de fazer, pois o resultado não é positivo. 
Mas não é desejo. É esperança.

Ah, eu não perco essa mania de esperar...
Perco, na verdade.

Será que é contagiosa a mania de mentir?