A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tentei arrumar meu armário. Não consegui.
Sempre ouvi comparações sobre a arrumação de armário com a arrumação de sentimentos. Bem, de acordo com o caos que estava meu armário, a comparação entre armário e sentimentos parecia ser bem verdadeira.
Tentei então arrumar os sentimentos.
Deitei, acendi um cigarro, dei uma longa tragada, fechei os olhos, pensei e soltei. O cheiro da fumaça inundou o ambiente.
Permaneci com os olhos fechados e tentei organizar minhas prioridades entre uma tragada e outra. Consegui, em partes. Mas cadê aquela parte essencial que rouba alguns segundos do meu sono diariamente? Cadê aquele alguém que as vezes me faz derramar lágrimas tão involuntárias quanto a respiração ofegante a cada encontro casual?

Cadê?

Percebi que meu coração sempre esteve arrumado. Só enxergo as coisas boas. A parte ruim eu não alcanço.
Não por ser inexistente, mas sim porque a cabeça está tão ruim quanto a parte esquecida.