Por vezes me peguei almejando escrever algo genial.
Não pensei no formato, só na grandiosidade da coisa.
Prosa, poesia, fábula, conto, crônica, versos livres... Tanto faz.
Tinha de ser genial, apenas.
Gostaria de alcançar uma unanimidade positiva. Queria produzir algo que todos os que tivesse acesso, sem exceção, concordassem, se sentissem tocados, achassem impecável.
Logo frustrei-me.
Que poeta no mundo conseguiu este feito?
A literatura nunca será unanimemente perfeita.
Nunca será nem um centímetro exata.
Nunca tocará todos os corações do mundo.
Porque todo coração é diferente.
Principalmente o do poeta.
Este ser detentor de tantos amores, mas que, acima de tudo, ama a eternidade, e sabe que talvez não a encontre no amor.
Tal eternidade que certamente se encontra na morte.
E na literatura.