A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Eu gosto desse teu retrato. Deve ser de tanto ter lhe visto assim, na janela sorrindo pra mim, contando tuas hístórias sem fim... Mas bem me lembro de quando chorastes ali pela primeira vez. Eu também quis chorar, mas não o fiz. Mas também achei linda a tua dor, quase que gostei. Tu, tão forte e inabalável, entregue àquela insaciável saudade. Quisera eu poder curá-la, mas pareceu-me finalmente tão humana.
Foi ali que abracei-te e arrisco dizer que meu coração sorriu.
Sempre pensei saber que a vida tinha desses momentos, sempre ouvi falar. E eu jurava ter vivido o meu, não sei exatamente quando, afinal, por sorte ou merecimento, tenho uma lista de momentos memoráveis, mas naquele dia eu soube, como num estalo, que não haveria a mínima possibilidade de que não fosses a mulher da minha vida: totalmente contrária à mulher dos meus sonhos, exatamente aquilo que meus olhos queriam ver.
E fui eternamente feliz naquele instante, enquanto choravas no meu colo.

Até que foi a minha vez de chorar. Mas eu bem que sabia que as coisas não são feitas pra durar... 

E sobre isso de amor da vida, espero que exista mais de um pra gente achar.