A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

- Olha, olha aqui o Fernandinho brincando com aquela amiguinha dele, a Dora, no quintal daquela casa de praia... Todos sujos, olha só.
- É mesmo! Por onde anda a Dora, hein? Nunca mais ouvi falar!
- Ah, menina, não sei. E ela era tão
Amiga do Fernando... Jurava que eles iam namorar!
- Todo mundo, né?! Eles não se desgrudavam, e agora, veja você, nem se veem mais.
- É, minha filha, cresceram! Cada um fazendo uma faculdade diferente, morando longe... Cada um foi pro seu canto.
- Doideira. E nessa foto aqui, quem é ao lado do Caio?
- Nunca vi mais gorda! Não faço ideia de quem seja essa criança.
- Mas ela está em outras fotos também, olha.
- Ah! É a filha daquela amiga da Lúcia, tá lembrada? 
- To, sim! Onde foi parar essa cadeira que ela tá sentada, hein?
- Ah, também não sei que fim levou, sei que sumiu.
- Deve ter se perdido em alguma mudança.
- Provável... Ih, olha a gente nessa foto! Olha o seu cabelo, Deus me livre!
- Não ri, não! E essa sua calça nos peitos?
- Era moda, meu bem! 

Depois de muitas risadas revendo aquelas fotografias e entre um gole e outro no vinho tinto seco...

- Muito bom ver essas fotos! Olha como a gente mudou!
- Graaaaaças a Deus, né? Imagina se você tivesse aquele cabelo de poodle até hoje, jamais andaria com você.
- Palhaça! Pior que é mesmo... Mas há quanto tempo não riamos assim, hein, irmã?
- É, acho que perdemos esse hábito em alguma mudança... Da vida.