A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sábado, 28 de julho de 2012

Pretendia pegar impulso, correr e mergulhar, mas resolvi verificar a temperatura antes.
Coloquei a ponta do pé. Quente. Entrei sutilmente, e saí sorrindo para quem estava do lado de fora.

Não fazia frio e nem calor, o tempo estava bastante ameno, mas me convenci de que estava frio e então entrei de novo, mas dessa vez sem tanta cautela: mergulhei, fui fundo, pude até sentir o chão. E saí sorrindo ainda mais.

E então comecei a sentir cada vez mais frio... E o ciclo continuou: não podia permanecer fora daquele calor. Mas aquilo não me fazia mal, afinal, estava me aquecendo.

O problema era que não estava frio.

E queimou.
E ardeu.
E agora estou envolta por uma chama.
E você, que provocou isso, nem se move pra me salvar.




E por que deveria? Eu que me deixei queimar.