A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sábado, 14 de novembro de 2015

Puta chuva

O cheiro anuncia a minha chegada
Eu nunca chego com hora marcada
Adubo bem a terra
E a deixo irrigada 
Que delícia esse cheiro
De vida molhada!

Há quem diga que o tempo é ruim
Mas isso é frescura
Prefiro a vida com água
Que a vida com secura 
Deixa que eu molhe
Que te escorra todo enfim
Ou procure marquize 
Pra se esconder de mim.

Sem essa de dança
Mandinga
Ou ritual
Ninguém tem controle do que é natural
E se estraguei sua noite,
meu bem,
desculpe, não foi por mal.

Há quem saia na tempestade
Evitando se molhar
Mas sair ileso de ao menos uma gota
É difícil de rolar.

E se quiser me deter,
aconselho dar ré
Porque eu sou como a chuva,
quando caio, caio em pé.