A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ao debulhar-me na vastidão de sentimentos que inundam repentinamente o meu ser toda noite, pergunto-me: É mesmo o tal do amor?
O que configura o amor? Se não sei, como consigo identificar o que sinto e como o dedo vai tão certo na garganta?
Acho que sei.
Deve ser simplesmente aquela coisa de cuidar, zelar, querer o bem incondicionalmente, aceitar, perdoar e fazer o bem...

E eu lá sinto isso?! Vida desgostosa e sem vergonha a que eu levo!
Que vergonha de ser tão teórica e tão pouco prática! Que vergonha das coisas que eu fiz, das palavras que falei e dos julgamentos que lancei contra ti. Que vergonha!
Como posso eu, um ser tão estúpido quando enfurecido, querer dar-te amparo, abrigo e aninho?
Como?!

E como posso eu saber tudo isso, ser humilde e coerente o suficiente pra saber que sou sentimentalmente ignorante, e ainda querer-te tanto bem e ter tanto amor pela tua vida e pela nossa história?

Ah, Cazuza, como eu te entendo... Eis aqui uma poetisa que não aprendeu a amar.