A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

VII

Talvez esteja na hora de voltar ao médico...
O aperto no peito vem tornando-se frequente e cada vez mais literal, a enxaqueca vem aumentando e trazendo junto o enjoo e a pele já não fica mais lisa de tanto calafrio.
Ás vezes sinto a boca seca, mas, ao pensar em beber água, o corpo mole que vem tomando conta de mim não me deixa sair da cama e, quando deixa, ao entrar em contato com a água fria, o calafrio perde as duas primeiras sílabas e necessito de pelo menos mais um edredom para suportar o inverno carioca.
Sinto também um pouco de dor na vista ao ficar muito tempo no computador, o que é horrível, tendo em vista que é minha única distração, pois, enquanto sinto um monte de sintomas e sentimentos feios, consigo transcrevê-los de forma quase bonita. Tudo bem, de forma que dê para ler sem sentir nojo, enjoo ou pena.
Pena da saúde que nunca foi lá essas coisas e que vai de mal a pior.
Pena da cabeça que não anda regulando muito bem.
Pena do coração que mais apanha do que bate na luta contra a razão.
Pena dessa razão tão errada de fazer as coisas.
Pena dessas coisas tão sem motivo que me motivo a fazer e choro logo depois.
Pena desse choro sufocado, sem lágrimas, que deixa apenas o nariz escorrendo e a cabeça doendo.
Pena desse ciclo sem fim.

Pena desse médico que toda hora tem que me dar receita pro remédio controlado.