A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PM

Vem, que eu te faço carinho na nuca com a ponta das unhas e te massageio as costas com essas mãos tão frágeis e ao mesmo tempo tão fortes que já decoraram tuas costas.
Vem, que eu deixo você escolher o filme ou o assunto, e aí disparo a falar como de costume, quando, na verdade, só quero ouvir tua voz.
Vem e fala.
Fala.
Fala, que eu gosto de ouvir você falar.
Ou vem e cala.
Cala essa boca cheia de palavras vazias e toma dela os beijos calorosos que a ti pertencem. Rouba sons e sussurros que saem automaticamente quando tua boca conversa com meu pescoço.
Me chame como quiser. Vou ser o que você quiser. E também vou falar o que você quiser.
Isso, pede! Pede mais!
Pede mais que eu dou!
Dou-te tudo o que quiser e tudo o que eu tiver. Se tiver menos do que desejas, engrandeço-me, então, em seu amor e faço as tuas vontades.

E depois de saciar teus desejos, espero que me perdoe, mas peço-te um afago nos cabelos. Delicadamente, da nuca até as pontas, de cima para baixo.
Então suspiro, digo-te aquela frase envergonhada como sempre, e espero que retribua.

Porque eu realmente amo você.