Triste fato: duvidei do meu amor.
Do antigo.
Do mês passado.
Como o amaria eu?
Eu, tão livre e espontânea
eu, tão clara e esclarecedora
eu, iluminada e luminosa
eu, tal qual um astro rei.
Como eu o amaria?
Ele, com algema e sem chave
ele, com discurso e sem palavra
ele, querendo a(s)cender e apagando
ele, mero cometa.
Como nos amaríamos agora?
Enquanto gargalho, pra ele tem trabalho
enquanto ele passa, outro já me amarrota
enquanto escrevo, ele apenas anota.
Que loucura o esquecimento!
Talvez seja desengano. Desencano. Desencanto.
Mas o pensamento se questiona (e se responde): "Como teríamos convivido se não fosse pelo amor?".
"Deve ter sido" (ouço bem baixinho do fundo de quem fui mês passado).