A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 10 de junho de 2012

Se eu pudesse tirar o teu ar sem que tu morresses, eu o faria.
Eu moveria mundos e fundos para você parar de fumar, mas você prefere lagar a mim do que esse vício. 
Sei que soa estranho, mas eu queria ser tua irmã. Ou prima, pra não soar tão estranho assim.
Eu invejo o bloco de notas que você rabisca desleixadamente enquanto fala ao telefone sobre algo entediante. 
Eu queria roubar os teus olhos, só pra poder entender o que você sente mesmo quando não estou contigo.

Porque eu tenho ciúme do ar que você respira, do cigarro que encosta em tua boca, das pessoas que passam a vida inteira contigo e puderam presenciar pequenos detalhes que são lembrados sempre por aquela sua tia-avó fofa; Eu queria saber o que se passa em sua mente quando não se passa nada, o que você desenha pra tirar o tédio, e, principalmente, eu queria que você só tivesse olhos para mim.
Só pra mim.
Porque eu não suportaria a ideia de você pensar em outra coisa que não fosse eu, porque eu só penso em você, em como atingir você, em como ter você e como ser cada dia mais sua.

Só sua.