A culpada

Minha foto
Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Recebi uma maravilhosa e inesperada carta de um grande amigo. Deu-me junto à carta uma foto de nós dois, No verso da foto havia os seguintes dizeres "Pra você nunca me esquecer!". E como esqueceria?
Chegando em casa, fui logo guardar a carta e a foto em minha caixinha de recordações. Ao tira-la do fundo do armário veio junto a ela um pouco de poeira, percebi que não a tirava dali por muito tempo. Limpei superficialmente a poeira e sem que eu fizesse esforço, sua tampa saiu. Estava cheia. Bem cheia. Lotada.
Minha intenção era apenas guardar a nova carta, mas, devido a superlotação da caixinha, tive que tirar as outras cartas e arruma-las de modo que coubessem todas e ainda sobrasse espaço para uma eventual lembrança nova.
Ao fazer a arrumação, resolvi ler algumas das cartas. E veio-me então um inevitável e triste sorriso ao rosto. Naquela caixa havia lembranças inesquecíveis que eu havia esquecido.
A cada "para sempre" que eu lia meu coração ia ficando mais apertado. E a cada foto do tempo de colégio que eu via, a saudade ia batendo mais forte.
Por que deixei aquela gente ir embora da minha vida? Eu os amava!
Me dei conta que ainda os amo numa lembrança que estava bem escondida dentro de mim. E de agora em diante, não haverá mais promessa alguma de eternidade, pois não se deve prometer o que não se pode cumprir.
O segredo para a eternidade é não idealiza-la ou deseja-la: é deixar que ela venha por conta própria.

É ter pavor dela. E enfrenta-la.