A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

AM

Às vezes dá vontade de entrar na igreja com véu, um vestido branco com a cauda bem longa e dizer "sim" pro único que terá meu coração para o resto da vida (teoricamente).
Mas às vezes dá vontade de ficar assim, com o cabelo solto e um vestido azul rodado, andando por aí despreocupada e atentando-me somente quando vem um vento. E então, seguro o vestido pra não mostrar ainda mais, deixo os cabelos embaraçando-se livremente e cerro os olhos para que nada me cegue ao ver o quão bela a vida é ao sentir aquela brisa boa, leve, despreocupada... Quase tão despreocupada quanto eu.

Os dias são bons de sorriso aberto, cabelos ao vento e de vestido e coração solto, mas é inevitável: à noite eu sonho com o vestido branco de princesa e com o buquê nas mãos.
A noite vem e traz esse sonho que de dia parece pesadelo. A liberdade é tão mais bela durante o dia... Sinto-me como um pássaro que escolhe uma árvore bem ao longe e então pousa.

À noite dá medo de voar.
Tem morcego em muitas árvores, e até achar uma livre...
Eu é que não quero ficar de galho em galho.