A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 11 de junho de 2013

II

Sim.

Passei o dia dormindo. Acordei ao meio-dia, vi o sol, fechei as cortinas e voltei-me ao travesseiro para continuar o sono.
Sono sem sonho, aliás.

Acordei às 16h para tomar remédio e também para ver se conseguia não dormir tão tarde por conta da aula no dia seguinte.
Passei o dia no computador tentando escrever, falando com gente desinteressante e morrendo de vontade de falar com quem me interessa e se interessa por mim, mas, por algum motivo sobrenatural, não o fiz. E nem ele.
Esse domingo foi mais um daqueles dias em que você se força tanto para esquecer uma única coisa que acaba lembrando de várias outras.
Lembrei-me de um dia em que minha então paixão bateu com a cabeça em meus lábios e fiquei parecendo um monstro com uma bola na boca, e, ao pedir desculpas, o mesmo disse que eu ficava linda até daquele jeito. Na hora, não sabia se achava aquilo lindo ou se achava ridículo de tão forçado que era, afinal, estava realmente horrível.
Hoje tenho vontade de matá-lo por ter me machucado (fiquei levemente deformada por uma semana) e mais ainda por ter dito aquilo. Devia ter tido essa vontade desde sempre? Sim, mas eu tinha 16 anos.
Lembrei também do amor platônico que arranjei na internet e nunca nem vi a cara pessoalmente. Fazia juras de amor, declarava-me com fervor... Que engraçado lembrar do Miguel! E sabe o que é pior? Até hoje juro que foi o meu primeiro amor.
E foi mesmo.
Só tive dois amores: Miguel e meu atual amor.
Às vezes penso que uma outra paixão também foi amor, porque suportei tanta coisa, ouvi tanta coisa, me privei de tanta coisa... Mas, ao mesmo tempo que penso isso, não consigo me lembrar de um momento sequer que tenha sentido um quarto do que sinto agora ou do que sentia em 2007.

Parei com a nostalgia e ri de minha atual vida amorosa.
A ironia reina em minha vida: Estou com as decisões nas mãos e o destino sempre calha de botar uma consequência extraordinariamente inesperada para a situação, fazendo com que eu tenha vontade de bater em mim mesma, aumentando assim a enxaqueca que teimou em aparecer de um tempo pra cá.
Um exemplo disso é a minha aparência. Sempre fui muito vaidosa e, ultimamente, ando muito determinada a ser mais bonita, emagrecer e coisa e tal. A autoestima tava pedindo socorro e me senti na obrigação de socorre-la, mas, ao mesmo tempo que me ajuda muito, também prejudica.
Gosto de me sentir desejada, atraente, sexy... Mas é horrível me sentir apenas isso. Às vezes penso que todos os elogios sobre meu intelecto são papo-furado para conseguir uns beijos ou algo mais. E o pior: Conseguem.
Ando muito vulnerável. Alguns preferem dizer "fácil", mas é como diz a canção: "Não dou pra ficar só".
Não quero um companheiro fiel, leal, que me traga flores num dia ruim, que me dê carinho e sexo na hora que eu ligar ou que diga que me ama antes de desligar o telefone. Quero um parceiro.
E tá tão difícil de encontrar, tão difícil de saber quem é quem.

Ou quem é o que.