A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sábado, 16 de novembro de 2013

Todo dia eu sorrio lembrando de alguma besteira que fizemos juntos. Todo dia eu morro de rir ao contar pra alguém sobre alguma delas. Ah, como é bom poder contá-las! Para os ouvintes, sei que não tem tanta graça, mas reviver, por pelo menos trinta segundos, qualquer momento com você, já deixa meu dia muito melhor e faz o coração parecer bom.

Todo dia quase falo teu nome umas mil vezes ao chamar alguém. Na maioria das vezes, em momentos em que seria um transtorno imensurável se o fizesse. Mas às vezes acho que o transtorno valeria a pena... Se soubesses a saudade que tenho de dizer o teu nome com a antiga frequência, sentirias pena de mim e me daria ao menos um telefonema ao mês. Assim, o coração pareceria ainda melhor.

Todo dia, sinto falta do teu cheiro natural, do teu perfume, do teu cabelo preto e do piso gelado da tua casa. Como era bom acordar, por os pés no chão, morrer de frio e voltar reclamando e recebendo teus beijos matutinos que me aqueciam tanto a alma. Aí o coração era realmente bom.

Hoje, só parece. Está maquiado e enfeitado por fora, parecendo bater bem, ritmado e acompanhado.
Só parece.
Esse coração todo dia derrama inúmeras lágrimas sentindo sua falta desde que o corpo acorda até que fique cansado e resolva dormir (sem contar quando o pranto continua). E como ele ainda funciona?
Ele se sente feliz quando confirma que tudo isso é por amor.

Porque aí vale a pena.