A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 27 de maio de 2012

Todo mundo gosta de abraços.
 Aqueles abraços que começam eretos e terminam frouxos, com a cabeça apoiada no peito, sentindo o cheiro que só o outro tem.
Aquelo abraço que o filho dá no pai ao chegar em casa e depois senta em seu colo contando de maneira enrolada como foi seu dia no colégio.
Aquele abraço de bicho preguiça que o filho dá na mãe antes do primeiro dia de aula, por não querer entrar na escolinha.
Aquele abraço triste que a esposa dá no marido após aquela demissão inesperada.
Aquele abraço que o marido dá na esposa, cheio de lágrimas no rosto, após o nascimento do primeiro filho.
Aquele abraço surpresa que aquela pessoa que você não se dá tão bem te dá ao te ver chorando pelos cantos quando mais ninguém parece se importar.
Aquele abraço que você dá num homem suado que você nunca viu na vida quando o seu time faz gol.
Aquele abraço que você não recebeu, mas sentiu do mesmo jeito.
Aquele abraço de filme que te faz choramingar num dia chuvoso.
Aquele abraço que você teve vontade dar, mas não o fez por vergonha ou orgulho.
Aquele abraço depois de uma longa briga, que vem seguido de beijos e outros abraços.

Aquele abraço acompanhado de uma simples frase ao pé do ouvido que você teve milhões de oportunidades de dar, e agora não tem mais.
Que pena. Abraços são únicos. E as pessoas também. As suas oportunidades eram inúmeras, e agora não existem.
Mas não fique triste. Talvez ele, de onde quer que esteja, esteja recebendo seu abraço. As pessoas não são pra sempre, mas o amor é. E o amor tem disso: A gente sente sem poder; A gente sente sem existir.

Não se culpe por isso, meu amigo. A culpa é sua, sim, mas não a carregue. Você não sabia, não tinha como saber. A vida as vezes apronta com a gente... Mas a sua família está aí, está de pé. Continue firme. Agora que aprendeu, não repita o mesmo erro com eles e nem com seu amigos. Abrace! Pode ser sem amor, sem sentimento, mas abrace, por favor. Você, mais do que ninguém, sabe como um abraço faz falta. E não é só com você...



Um abraço de sua velha amiga.