A culpada
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Destruction mode: Active
Por que temos a estranha mania de achar romances com finais tristes, bonitos? Por que temos o costume de achar músicas que falam sobre decepções amorosas lindíssimas? Coisas tristes, geralmente soam melhor aos nossos ouvidos e chegam com mais facilidade aos nossos corações. O que é uma questão discutível, já que o que a maioria das pessoas buscam é o famoso “final feliz”.
Quando estamos tristes, invés de fazer algo que nos anime, fazemos exatamente o contrário: Vemos filmes água-com-açúcar, ouvimos músicas deprê, vemos fotos antigas e buscamos cada vez mais motivos para chorar. Parece até que gostamos de nos encontrar nessa situação! A verdade é que temos a necessidade de apertar o botão de autodestruição! Prova disso é que nos importamos com bobeiras, nos magoamos com bobagens, erramos demasiadamente, mesmo que haja a opção de fazer a coisa certa no momento. E o pior de tudo: Não perdoamos.
Perdoar é um bom conselho, mas não é muito prático, já que temos mais facilidade me lembrar coisas ruins. Na hora da raiva, coisas boas são deixadas de lado. Guardar sentimentos ruins nos torna pessoas piores, por mais que a gente a não perceba. Acho que não percebemos isso, porque quando estamos com raiva, acabamos confundindo perdoar com esquecer... E no fundo, no fundo, esse é o botão da autodestruição.
Two worlds collide
Eram duas pessoas muito diferentes, mas um casal muito normal. Se conheceram através de um amigo numa festa. Quando foram apresentados ficaram muito envergonhados, mas a timidez logo passou após algumas bebidas. Conversa vai, conversa vem e eles foram se dando bem. Ela com seus 25 anos e um jeito descontraído de levar a vida e ele com seus 36 e uma mente bem sensata e centrada em seus objetivos. Apesar dessas diferenças, tinham muito em comum, e isso era evidente, bastava olhar a jeito que se falavam. Fim de festa e fim de papo. Tudo ficou por aquilo mesmo. Pelo menos naquela noite...
Mal sabiam eles que se veriam de novo e que dessa vez passaria de uma conversa cheia de risadas entre uma bebida e outra...
O amigo que os apresentou estava fazendo aniversário e chamou os dois para comemorar num restaurante. Ele trabalhava com o tal amigo em comum, e ela não conhecia nenhum amigo desse amigo. Pensou até em não ir, mas em consideração a sua velha amizade, foi. Chegando lá se sentiu perdida, não sabia quem cumprimentar, não sabia aonde sentar. Após algum tempo sentada ouvindo aquelas histórias chatas de escritório que só tem graça pra quem vivenciou, a porta se abre, e para sua surpresa era ele! Mas será que ele se lembraria dela? Será que ele conversaria com ela ou será que iria se juntar aos colegas de trabalho para rir dos acontecimentos do trabalho? Várias duvidas se passavam na cabeça dela, e a verdade é que ele hoje estava muito mais bonito. Para a sorte dela, ele se sentou ao seu lado e fez companhia. Mais uma vez a conversa rendeu. Mas dessa vez não foi só isso: ele a levou pra casa.
Chegando na portaria dela, assim como em todo bom filme romântico, houve um pouco de vergonha, mas mesmo assim ele pediu seu telefone. Ela deu, sem muita fé que ele fosse ligar. Quer dizer, não em breve.
Se enganou. No dia seguinte, enquanto arrumava sua casa que o cachorro havia bagunçado, o telefone tocou. Verificou no bina e o número não lhe era familiar. Atendeu. Era ele. Reconheceu sua voz na hora e abriu um largo sorriso de surpresa e alegria. Marcaram de se encontra no shopping para ver uma sessão no cinema e depois comer algo. As horas pareciam não passar. Ela não sabia com que roupa ir, e ele não sabia o que falar quando encontrar com ela.
A noite chegou e já era a hora do encontro. Ela estava deslumbrante, apesar de simples: com uma calça jeans clara, uma blusa básica amarela e uma sandália baixinha. Ele estava como de costume: uma camisa polo azul, uma calça jeans e um tenis não muito bonito.
Os primeiro minutos, como era de se esperar, foi um pouco estranho. Afinal um não sabia o que falar ao outro. Sabiam muito pouco um sobre o outro, então ele tomou a inciativa e começou com um interrogatório simples e simpático. Ela respondeu tudo naturalmente e perguntava tudo de volta; a conversa era bem agradavel. Foram ao cinema.
Após o filme, foram jantar. Ela escolheu um restaurante italiano. Para a surpresa dele, gostava muito de massa e comia bastante, ao contrário dele, que só comia coisas naturais. Via-se logo que ele não gostou da surpresa, mas mesmo assim ela continuou a comer o que queria. Ele gostava desse jeito diferente, sabia que combinavam. Ela também sabia, mas tentava não deixar tão evidente que estava interessada. Algum tempo se passou e o momento tão esperado chegou: o beijo! A noite realmente foi muito agradavel para ambos, tanto é que marcaram outras vezes.
Alguns meses se passaram e ele a pediu em namoro. O pedido foi aceito.
No início era tudo realmente muito bom. Afinal, eram realmente pessoas maravilhosas. Mas, assim como em todo relacionamento, vieram as primeiras brigas. Isso parecia normal, e de fato era. Chegaram até a achar que aquilo fortaleceria o relacionamento. Com o tempo viram que não. As brigas começaram a piorar, mas o amor ainda permanecia, só a visão de eternidade que ia desaparecendo. Foi desaparecendo cada dia mais, e cada vez mais eles sabiam que estava chegando ao fim. Mais tempo se passou e esperada separação finalmente aconteceu. Por mais que tenha sido o melhor a se fazer, não foi totalmente benéfico para nenhum dos dois. Afinal, se completam e combinam de alguma forma.
E o pior: ela veio com a velha história de que não deu certo... Mas é claro que deu! Deu até certo ponto. Apesar de toda essa história, a vida de ambos continuou como era. Na verdade, não exatamento do mesmo jeito, pois agora além de carregar a história de suas vidas, também carregam consigo aquela separação.
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