A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ilusion

Então repentina e dolorosamente veio-me um aperto no peito. Um sentimento muito comum atacou-me de maneira quase que absurda, invadindo-me sem nem pedir licença ou sem deixar um aviso prévio. O tal sentimento indesejado, apesar de comum, me parecia uma grande novidade, deve ser porque nunca veio forte daquele jeito. Das outras vezes ele vinha fraco, eu o combatia com meu veneno secreto e ele ia embora sem muito resistir, mas me parece que tomou resistencia ao veneno e que não há veneno no mundo que o consiga afastar. Mas veio-me outra hipótese também: Talvez o meu veneno tenha me envenenado. Talvez o problema fosse, o tempo todo, o veneno que eu tanto achava que me fazia bem... Mas como pode ser? Pareceu funcionar tão bem o tempo todo! Pura ilusão... O veneno, ao mesmo tempo que fazia com que eu não tivesse sentimentos ruins como a saudade, o ciúme e o medo, fazia também com que eu me privasse da paixão, do amor e de todo o encantamento. Descobri então que o que eu sentia era apenas saudade. Mas não a saudade de algo ou de alguém: Era saudade de tudo o que eu ainda não havia visto e sentido.