A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Súplica

Ao pensar em ti, torna-se cada vez mais inevitável não sentir falta do teu toque, da tua mão na minha nuca e do meu pescoço na tua boca.
E ao ouvir tua voz, sinto o mesmo arrepio de quando falas baixinho, só pra mim, sussurrando com um timbre diferente do habitual.
Aí eu lembro dos meus detalhes favoritos: o teu cabelo liso e leve, que tem sempre cheiro neutro, a tua nuca perfumada e tuas mãos firmes e seguras.
Seguras por já saberem o caminho certo, por já saberem bem por onde vão. E vão com paixão, sempre como se fosse a primeira vez e, ao mesmo tempo, como se fosse a última.

Como não lembrar das tuas costas arranhadas, dos teus lábios mordidos e dos teus cabelos que eu costumava puxar alternando com os travesseiros e cobertas?
Como não lembrar dos dentes que cravavam em meu pescoço, da mão que marcava minha coxa e do hálito fresco que se tornava meu?

Como?
Quem dera saber...

Como o esquecer o teu sorriso pela manhã ao me acordar para tomar café, da tua preguiça de se vestir e da tua vontade de ficar?
Vontade, aliás, que me domina. 

Eu quero ficar.
Não vai, o mundo é ruim demais!
Me abraça, dança comigo, mas por favor, não vai de novo!
E se for, me leva!
Mas só me tira desse quarto se for pra me levar pro teu.

E que ele se faça nosso.

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