Para os irmãos mais velhos que adoravam tirar-lhe sarro, era Dan.
Para os mais chegados, Dani.
Na carteira, Daniela.
Pra mim, Nani.
Minha menina Nani, que me fazia sentir vivo.
Aquela menina que me consumia com uma felicidade insone de quem vive seu primeiro amor no que achava ser o terceiro.
Nani, que me enchia os olhos quando vinha com seu vestido florido, seus brincos grandes, seus cabelos soltos e seus largos lábios com um sorriso já não tão branco assim por conta do fumo, mas ainda assim esplendoroso.
Nani, que arrancava-me o chão com suas despedidas eternas e tão passageiras, e que me devolvia o coração intensamente pulsante quando retornava, com aqueles olhos azuis que me enganavam dizendo que sou louco, e que não havia motivo pra tanto desespero.
Nani, que não entendia como poderia amar tanto assim alguém como ela.
Nani, que não fazia o mínimo esforço para entender ou para tornar-se mais amável, pois tinha plena certeza de meu amor incondicional.
Nani, que me fazia ouvir duras verdades e até mentiras convincentes, que me faziam derramar inúmeras lágrimas...
Nani, que tinha faca e afago na mesma mão: Tirava-me a fisionomia triste e cansada com um simples toque e com suas poucas palavras.
Nani, que gostava de usar azul claro, pra combinar com os olhos, e definia como "azul celeste".
Celeste?
Que céu é esse que ousou copiar a cor dos teus olhos?
Que céu é esse que tem essa cor tão sublime e maravilhosa?
Me leva até ele, Nani, eu imploro!
Me leva até sua casa, me leva até esse céu, me leva aonde você quiser, só não me tire da sua vida, por favor!
Me tira desse lugar de céu cinza e de nuvens carregadas.
Me tira daqui! Quero ver o tal azul do céu, pois já duvido até que ele exista...
Pois por aqui, sem você, o tempo é ruim o tempo todo.
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