A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ah, minha pequena, não sabes como odeio ver-te grande assim...
É de partir o coração vê-la driblando tantos amores entre um trago e outro. Bate saudade da tua pureza.

É triste ouvir sempre e somente a tua voz firme e séria, mesmo que numa roda de amigos. Bate saudade da voz infantil ao me acordar.

É lamentavel saber que adequou-se a um grupo teoricamente plural, mas que não passa de uma singuralidade. Bate saudade da tua estranha originalidade.

Terrível ver que os teus olhos continuam a brilhar apenas por estarem marejados, e não pela simples e descompromissada felicidade que transpareciam. Bate saudade daquela criança.

Penoso ter de vê-la tão linda, tão leve e tão livre dançando e sorrindo entre os braços desses pobres rapazes que podem jurar que a conquistam. Bate saudade da falta de ritmo e da sobra de compatibilidade.

Vergonhoso é ainda sentir-me mal a cada sorriso em direção a um olhar que não o meu, cada cheiro na nuca, cada puxada de cabelo e cada beijo noutro lábio. Bate arrependimento pelo ódio que me bateu e acabou batendo em ti.

Acabei.

Acabou.

Acho que o que dói mais é saber que consegues ainda ser feliz, apesar da tristeza, enquanto eu... Bate saudade do aprendizado particular de felicidade.



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