A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

- É sério, eu gosto de você, mas não dá mais.
- Melhor termos esse tipo de conversa pessoalmente. Por telefone é complicado, não acha?
- Acho, sim.

E então veio. Enquanto aguardava sua chegada meu coração estava a ponto de sair pela boca. Não sabia o que falar, não sabia como agir. Na verdade, não sabia nem o que eu queria de verdade.
- E então... Quer mesmo terminar?
- Acho que é o jeito. Não dá pra continuar assim, não.
- Não é o único jeito. Você sabe que não é.
- Não? O outro jeito é continuarmos nessa "lenga-lenga" todo santo dia?
- Não. O outro jeito é continuarmos juntos apesar de tudo.
- Não consigo enxergar essa opção, desculpa.
- É você quem sabe. Acabou mesmo então?
- É, acho que sim...
- Então cada um leva a vida como quiser... sem o outro?
- Bom, é, né. Mas se quiser, podemos ser amigos. - sorriu cortês.
- É, podemos. - retribuiu o sorriso.
Silêncio.
- Acho que é isso, né?
- É...
- Ah, só uma pergunta... Ontem você disse que ainda gostava de mim. Por que?
- Disse isso só pra não dizer que te amo e nem sei por onde começar minha nova vida sem você.
- Entendi. Já que não disse, também não vou dizer que sinto o mesmo.
- Hum... Justo. Então é só isso, não é? Até logo!
- Até!

Deram dois beijinhos no rosto e cada um seguiu seu caminho. E assim o Sr. e a Sra. Orgulho tiveram seu final feliz não tão feliz assim, mas um tanto quanto justo.

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