A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 15 de novembro de 2015

14/11

A gente pensa que esquece
Que já esqueceu
Que vai esquecer.

Mas a gente se esquece
Que quando o coração
Esfria depois que aquece
Nunca mais se amolece
(Mesmo com muita prece)

Então começam as tentativas de recomeçar
E a gente até evita falar
Daquilo que se tenta evitar
Como se assim as lembranças fossem acabar.

Não que isso vá consolar
Mas é bom lembrar
Que a gente sempre acaba rindo
Nem que seja pra disfarçar
Quando se cruzam os olhares
E a saudade começa a escapar.

Mas eu sigo a vida leve
Não tem problema, não
Se não existe esquecimento
Ao menos existe distração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilhosa, musa, estupenda, pontual, bravíssimo.