A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sábado, 7 de junho de 2014

Nós num nó sem nós

É angústia, tristeza, medo ou agonia
O pescoço esquenta, a pele arrepia
Os olhos pesam, a coluna se destrói,
O suor é frio e a cabeça dói.

A dor no peito hoje já é literal
As mãos às vezes tremem
O olho sempre pisca
E digestão anda bem mal.

No coração, pontada.
No estômago, fisgada.
Na cabeça, além de você, nada.

Tudo e nada ao mesmo tempo
Um confusão que só
Só pode ter sido um marinheiro
Quem fez esse nó.

Covarde!
Como foi embora assim?
Alegou que estava tarde
Mas ora, se o senhor o fez,
Exijo que desate!

Desatou a minha vida
De uma vez só
Tão rápido, mas tão rápido
Que me senti um simples nó.

E em meio aos nós
Olhei além e entendi o descompasso:
Virei mesmo simples nó
Porque deixamos de ser um laço.

A lágrima desce
E com uma risada triste eu imploro:
"Oh, Senhor, nos dê apenas um "s""!

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