A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

X

Tenho certeza que um dia, mesmo longe, lembrar-se-á de mim, mesmo que contra a sua vontade ou forçando-a, e lerá isso.
E ao ler isso, saberá que é pra você. E saberá também que todo o resto foi.
É e sempre vai ser tudo sobre você.

Essa talvez seja a melhor mentira que contei. Ou a única verdade de meus contos.
Infelizmente, verdade.
Que Deus me perdoe, mas eu não queria ter vivido esse amor. Esse amor que me deixa melancólica, chorosa, sofrendo a cada novo amor por conseguir amar somente a ti.
De tanto te amar, passei a me odiar, e isso dói.
Te amar dói.
Sempre soube que doeria, mas nos filmes a dor é tão bonita... E, bem, disso não devo me queixar, não me iludiram nem um pouco: a dor é realmente linda! É a dor de ver um sentimento tão bonito de uma outra perspectiva e continuar admirando. Quer algo mais poético?

De todos os meus amores, foi o único que amei.
E por quê tive outros? Ah, talvez pra viver a minha vida, ser jovem na minha juventude, sofrer o meu sofrimento... Ou talvez devesse ser assim. Nada é por acaso, lembra?
Talvez, se estivéssemos juntos hoje, houvesse ainda a beleza, sem precisar de tamanho sofrimento, mas quem teria tanta certeza de que realmente era belo?

Eu sempre fui de pedir muita coisa, confesso. Mas nunca fui de exigir nada, você tem de confessar. Mas hoje eu exijo uma coisa: Certeza. E tenho a certeza plena desse amor sempre comigo.
E continuo pedindo menos dor, mas dou-me por vencido em nome da beleza e da certeza.

Talvez exista o final feliz que eu tanto acredito...
Ou talvez você passe a acreditar também e veja que ele já chegou.
E talvez eu aceite, sorria, te abrace acariciando as costas e te tratando como um bom colega para o resto da vida, para não te perder por completo.

Ou talvez eu exija o meu final feliz clássico, aquele que toda princesa sonha. E não há de existir príncipe melhor que você, essa certeza eu também tenho.
Mas talvez você queira procurar uma princesa melhor que eu, uma que tenha o pé do tamanho do sapato que você oferece de forma tão simples e bonita; uma princesa que não calce tantos sapatos por aí, só o seu.
Talvez você mereça uma princesa de um sapatinho só. Talvez uma princesa tão complexa não caiba na sua bondade tão simples.

Pega tuas coisas e vai.
Toma aqui o teu coração!
E não precisa devolver o meu, talvez eu esteja bem assim.
Acredita que o final feliz chegou.
Mas muda de idéia depois, tá?

Até mais.
Vê se aparece!

2 comentários:

Lucas Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lucas Oliveira disse...

Gostei bastante do seu modo de escrever e transparecer essa esperança, que de alguma maneira está em todos os seus textos.
Eu acho.
:)
Por algum motivo eu os li do mais recente para o mais antigo e acabei ficando com algo na cabeça, você os posta assim que escreve? Ou não devo levar em consideração essa regularidade?
Disse isso por ter me identificado inclusive com as datas.

De qualquer maneira, parabéns pela habilidade e iniciativa.