A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 5 de agosto de 2012

Às vezes a dor no peito é tão forte que chega a ser literal. Talvez eu deva procurar um cardiologista, confesso, mas adio enquanto ainda suporto - como tudo na vida.
Na verdade eu adio porque sei que isso não é coincidência. 
Por que tens que me fazer isso? Sei que sua intenção não é causar-me dor, mas é o que acaba acontecendo, e aí lhe pergunto: Por quê?

Amanda, eu te peço, por favor, não fujas! Não lhe peço ilusões e nem promessas, peço apenas para que fique. Se quiser, mande-me embora, mas fique! Suportarei, prometo.
Ah, minha pequena, não tenhas medo de dizer-me "não". Diga! Diga em alto e bom som: "Não"! Obviamente não é o que eu queria ouvir, mas o silêncio diz bem mais e com uma voz que nem de longe é tão suave quanto a sua.

Peça-me para parar e então não mais me imaginarei afagando teus cabelos castanhos e lisos pouco antes de dormir e nem tua boca aberta enquanto dorme de bruços com o rosto virado; Não lembrarei também daquele perfume amadeirado que você pega do seu pai de vez em quando, que deixa um cheiro só seu quando misturado com seu cheiro natural de fim-de-dia. Com muito pesar, apagarei de minhas melhores memórias aquele beijo descompromissado que demos em um momento de embriaguez, seguido do seu sorriso sem mostrar os dentes e seus pequenos olhos que iam aumentando por conta do brilho e da timidez.


Não tenha medo. Sei que sou um intruso em sua vida e que não sou tão bem quisto quanto te quero, mas não consigo parar.
Mas eu vou parar. Eu preciso parar.


Mais do que parar, eu preciso ouvir.



Não.

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