- Bom, é você quem sabe. A decisão está em suas mãos.
- Mas você não vai dizer nada?
- Não. Você que quis ter essa conversa.
- É... Acho que fiz o certo, já que você não me ama mais.
- Quer que eu diga que ainda amo?
- Não, só se você quiser dizer.
- Então não.
- Não me ama ou não vai dizer que me ama?
- Não vou dizer que te amo.
- Isso quer dizer que não ama?
- É uma das alternativas.
- Por que você não para com esse joguinho e coloca as cartas na mesa? Só assim podemos tomar uma decisão.
- Já disse que é você quem deve tomar a decisão. Eu não.
- Eu te amo. Preciso só saber se você me ama também.
- E isso não basta?
- O que?
- Me amar.
- Não, não basta.
- Então quer dizer que não me ama o suficiente por nós dois?
- Quis dizer que queria não precisar amar por nós dois, mas já que perguntou, amo por nós dois, sim.
- Bom saber.
- Tá vendo? Eu estou sendo sincero o tempo todo e você está ai toda enigmática. Poxa, custa ajudar?
- Ajudar com o que?
- Ajudar com a decisão, oras!
- Perdão, mas se você me fez sair mais cedo do trabalho para termos esta conversa, já devia ter uma opinião formada.
- Mas eu tenho!
- E então?
- Só esperava que você fizesse algo para muda-la...
- Desculpa te decepcionar de novo, querido.
- E ainda vem com essa maldita ironia... É, acho que não sou mais obrigado a suportar isso.
- Pois bem, acabou?
- A conversa? Sim.
- Não, o noivado.
- Ah, os trê anos e quatro meses que passamos juntos? Sim, foram para o espaço.
- Tudo bem. Boa sorte na sua vida, então!
- Na sua também, de verdade. Aliás, posso te dar um abraço?
- Claro, ainda seremos amigos!
- Assim espero!
Abraço dado. Destinos separados. Costas viradas. Novos caminhos a serem traçados.
- Ah, espere!
- O que?
- Você nunca foi obrigado a suportar minha ironia. Suportava por amor. Se ela se tornou insuportavel é porque não havia mais amor suficiente. Agora vá com Deus. Ainda vais achar outros amores, meu amor! E não esquece que eu te amo. Adeus.
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