A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

domingo, 1 de junho de 2014

A falta que fazes nas noites frias só não se classifica como a coisa mais dolorosa do mundo porque a manhã vem e consegue ser ainda mais impiedosa.
Durante a noite, desejo-te ansiosa e com ardor.
Anseio pelo teu cheiro, teu toque e tua língua. Todo o meu corpo grita e arde implorando pela tua boca e pelo calafrio que acompanha seu toque em minha pele. A nuca se arrepia ao pensar em ti e imaginar a tua voz bem próxima ao meu ouvido dizendo loucuras entre uma mordiscada e outra. Os olhos se fecham e o pescoço se alonga enquanto a minha mão percorre o corpo com firmeza, como se fossem as tuas. Massageio-me gentilmente, mas desejando na verdade que me maltratasse com tua mão estalando em minha pele, apertando o meu seio, com teus puxões de cabelo e com as tuas mordidas acentuadas nos lábios. Delicio-me pensando nos teus movimento impetuosos e na tua demasiada fome, e desejo mais que tudo poder saciar-te e até mesmo dar-te doses exageradas do meu querer tão descomunal. Desejo-te a cada segundo, e quando desejo não desejar-te, desejo-te dois segundos mais. Viro-me contra o travesseiro na desilusão de uma noite a mais sem ti e durmo, fadada a ver-te em meus sonhos e acordar injustamente deparando-me com a solidão.

Desperto com essa tão constante companhia e é com ela que desejo-te mais.
Ao banhar-me, ao me arrumar e ao tomar café.
Ao ver teu retrato, ler tuas palavras e mais ainda ao ouvi-las.
Ao piscar e ao respirar.
Ao andar e ao falar.
Ao parar e ao tentar seguir.
Ao desistir e ao lembrar que já não sei como viver sem ter você e te querer.

Um comentário:

Anônimo disse...

ta taradona ..