A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu costumava reclamar muito dela. Queria sempre substitui-la. Volta e meia a desgraçada me fazia chorar... Maldita!
Ela era amarga, mas era cheia de certezas um tanto quanto incertas. Eu gostava disso. Era uma certeza enorme que agregava uma dúvida pequenininha. É, eu gostava. Mas estava fora de meu controle, e isso que não posso suportar.
Já agia por conta própria, estava me dominando, não saia do meu pé. Eu pedia uma trégua e a danada não dava de jeito nenhum. Eu tentava me distrair e lá estava ela junto comigo. Eu tentava respirar, somente respirar e ela me vinha com aquelas lágrimas que caiam sem que eu ao menos piscasse os olhos.
Ah, era demais pra mim! Não aguentava mais. A matei. Que alívio!

Mas agora tudo está diferente, muito diferente, aliás. Estava tão acostumada com ela, já tinha até se tornado parte de mim, sabe? É, acho que matei uma partezinha de mim. Que horror! Quase um meio-suicídio! E agora, o que eu faço sem ela? No que eu penso? Minha cabeça está livre, mas meu coração também... Ah, que saudade daquela saudade!

Ops, acho que ela está voltando. Bem que me avisaram que vaso ruim não quebra!