A culpada

Minha foto
Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sobre o amor nos dias de hoje. E nas noites.

No amor, a única coisa pior que o desencanto, é não poder desencantar-se.
Não dar-se ao luxo e muito menos o direito de se ver livre de um sentimento ou não aceitar que ele acaba ou se esvai.
Triste.
Tenho plena fé no "felizes para sempre". As pessoas riem, mas é verdade. Todos cremos. Só que alguns confundem felicidade com amor, e acabam supervalorizando a coisa toda.
Se ninguém consegue nem definir, nem descrever, nem sentir nada igual ao outro, por que há essa supervalorização de algo abstrato?
Ao mesmo tempo que tenho essa dúvida, escuto por aí justamente o contrário...
 Dia desses, numa conversa de bar, quando falávamos de uma colega que apareceu com o terceiro namorado do ano e super apaixonada pelo rapaz, quase que a mesa toda começou a criticar as declarações públicas sempre tão parecidas com as pros namorados anteriores, as juras de amor, as promessas de um futuro eterno... Até que um colega usou o termo "sucateando" para definir o que ela "faz" com o amor.

Como assim "sucateando" o amor? Que diabos é "sucatear" algo?
Sentir, expor, mudar de ideia e sentir de novo por outra pessoa é tornar o amor menor?
Estranho... Sempre lidei com isso como uma expansão de coração.
Afinal, mudar de ideia é normal e todos estamos sujeitos a isso.

Para mim, sucatear algo é tornar menos valioso, talvez menos belo, envelhecer..
E é isso que se acaba fazendo quando não se deixa desencantar. Será que é tão complicado entender?
Claro que há quem nunca vai desencantar, esse é o tal felizes para sempre de que falei. Mas prender-se num encanto passado ou passageiro, é tornar o amor menos valioso e muito menos real.
Desencanta!
Mas antes, olha bem e vê se há encanto.
Se não houver, desencana.

Eu já desencanei.